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O JOGO CONTRA A HUNGRIA

O Brasil temia um adversário na Copa de 1954: a quase invencível seleção húngara. Por isso, houve pânico entre alguns jogadores quando eles souberam que iriam enfrentá-la. O pânico se espalhou quando os jogadores chegaram ao estádio. No momento em que os times entraram em campo, se notava a tranqüilidade dos húngaros e a preocupação dos brasileiros. O que se poderia esperar do jogo ? Aos oito minutos do primeiro tempo o Brasil já perdia por 2×0. Foram gols rapidíssimos, nascidos de duas falhas: primeiro, o zagueiro Pinheiro parou a bola dentro da área e tentou driblar o perigoso centro avante Hideghuti, mas o húngaro o desarmou e chutou na cara de Castilho. Em seguida, Kocsis escapou num contra ataque e a defesa brasileira parou pedindo impedimento que não houve.

Com 2×0, o Brasil se descontrolou e esteve perto de sofrer uma goleada. Mas, numa escapada, Índio foi derrubado por Buzanski na área. Djalma Santos converteu o pênalti e diminuiu o placar. Como começou a chover e os jogadores escorregassem no gramado, passaram a usar, no segundo tempo, chuteiras de traves altas. Didi, porém, não trocou as suas. Zezé Moreira percebeu, mandou Djalma Santos cair e Mário Américo entrou em campo para substituí-las. As chuteiras de traves baixas de Didi ficaram nas mãos de treinador Zezé, que mais tarde as utilizaria com outra finalidade.

No segundo tempo, o Brasil partiu decidido em busca do empate. Logo aos 16 minutos, no entanto, Mister Ellis, o juiz do jogo, marcou um toque de Pinheiro na pequena área. Lantos bateu e fez 3×1 para os húngaros. Os brasìleiros ainda tentaram. Em uma grande jogada pela direita com Julinho, chegamos aos 3×2. Não bastou, pois no finzinho, Koscis, de cabeça deu cifras definitiva ao marcador: 4×2. A essa altura, o juiz havia expulsado Nilton Santos e Boszik, que trocaram socos e Humberto Tozzi por ter desferido um pontapé em Kocsis pelas costas. No final do jogo houve muita confusão. Maurinho cuspiu em Koscis e levou um soco. Zezé Moreira foi provocado por um dirigente húngaro que recebeu as chuteiras do Didi na cara lançadas pelo nosso treinador. Mario Vianna, na época, comentarista de arbitragem, criticou Mister Ellis, arrancou do paletó o escudo de arbitro da FIFA e o queimou ali mesmo, entre tímidos aplausos. Com esse episódio patético, terminava o último capitulo do Brasil na Copa do Mundo de 1954.

Detalhes 27 de junho de 1954 – Brasìl 2 x Hungria 4 Gols de Julinho e Djalma Santos para o Brasìl. Koscis 2. Lantos e Hidegkuti para a Hungria. Juiz: Arthur Ellis da Inglaterra. Expulsos: Nilton Santos e Humberto do Brasil e Boszik para a Hungria. Brasil: Castilho. Djalma Santos. Pinheiro. Brandãozinho e Nilton Santos. Bauer e Didi. Julinho. Índio. Humberto Tozzi e Maurinho. Hungria: Grosìcs. Buzansky. Lorant. Lantos e Boszik. Zakarias e Czibor. M Toth. Kocsis. Hidegkuti e J Toth.

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