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Fonte Mayrink 3

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Da revista “Fontes da Vida” ed. Julho de 1962

As fontes Mayrink foram captadas em 1912, segundo os documentos históricos, nessa época, a Empresa de Caxambu convidou para analisa-las o Prof. General Cezar Diogo que trouxe o seu colaborador Dr. Esteves de Assis.
Esses ilustres cientistas aqui chegaram no dia 5 de agosto de 1912 já encontrando em vias de captação as fontes Mayrink.
Essas fontes já eram conhecidas na época com o nome que atualmente lhes caracterizam em homenagem aos serviços prestados a esta Estância pelo Conselheiro Francisco de Paula Mayrink. Quando chegou o General Cezar Diogo, para fazer as respectivas análises, os serviços de captação já estavam iniciados, pois conta ele em suas memórias que havia um grande poço escavado no solo medindo 11mts x 8 mts e 20 x 4,40 mts de profundidade convenientemente estacados para conter a terra do corte a pique. O testemunho abalisado do General Cezar Diogo descreve com as seguintes palavras as obras que estavam sendo realizadas:
O Mestre de Captação, Sr. Venâncio com longa prática nesses trabalhos e uma calma e prudência admiráveis, havia estudado o local, o modo porque emergia a água e a presença de duas correntes d’água acima do nível do fundo e que causavam não pequeno mas grande embaraço à captação. Observou o Sr. Venâncio, e nós tivemos a ocasião de observar que de cima para baixo, ao meio da maior dimensão do poço, corria uma faixa de matéria xistosa que reaparecia no lado oposto, mas que nada provava que se aprofundaria, tão pouco que dividiria a rocha do fundo.
Suspeitou, entretanto o mestre Venâncio que essa faixa seria uma divisão natural e daí teve a idéia de perfurar a rocha do fundo em dois pontos opostos à linha da faixa ou septo e na distancia de 4,45 mts. Abriu dois poços de 0,42 x 0,40 x 0,40 mts. de profundidade.
Em um como em outro, do que chamarei pocinhos, a água aflorava e transbordava em abundancia, sendo para notar que entre os dois havia uma diferença de nível.
Foram feitas barragens provisórias para obter-se a separação das águas e melhor observar-se o fenômeno em sua plenitude. De outra parte os dois pontos laterais já referidos forneciam água, um deles em jorro interessante.
Para início dos nossos trabalhos, que visavam principalmente distinguir e classificar as águas que emergiam, do que dependia o prosseguimento da captação, já o mestre Venâncio havia feito um capeamento de tijolo e cimento na parte que não prejudicaria a captação e tomado outras providencias aguardando o momento oportuno para recolher água em condições de fazer análise qualitativa.
De conformidade com esse parecer prosseguiram os trabalhos de captação, nos quais o Sr. Venâncio sempre cauteloso conseguiu isolar as águas. Ressaltamos o valor desse importante documento histórico, visto que a curiosidade de muitos debate-se a indagar o porque de 3 fontes juntas poderem ter diferenças uma da outra.
O General Cezar Diogo, químico notável, Diretor do Laboratório do Exercito na época, já estivera em Caxambu em 1893 juntamente com uma comissão nomeada pela Academia Nacional de Medicina e que emitiu parecer nobre o valor terapêutico de nossas águas. Essa comissão era composta dos seguintes cientista: Dr. José Borges Ribeiro da Costa, Augusto Cezar Diogo, João Batista de Lacerda, Joaquim Pinto Portela e Francisco de Castro.
O testemunho de tão notável cientista ao reconhecer o não menos notável trabalho de Venâncio da Rocha Figueiredo como Mestre de Captação merece ser revelado para que a história de Caxambu mantenha sempre em suas paginas gloriosas o nome de seus dedicados e abnegados benfeitores como exemplo a ser seguido pelas novas gerações.

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